No tópico anterior mencionei sobre o sofrimento das igrejas da Macedônia, de sua pobreza e do espírito doador daqueles cristãos. Hoje em dia, essas igrejas não atrairiam a muitos que andam buscando uma que os satisfaça. Se um desses as visitasse, poderia pensar: “Eles não têm o que oferecer-me. São gente simpática, mas não possuem instalações adequadas. É óbvio que Deus não quer que eu faça parte de um grupo tão pequeno, já que o seu número limitado mostra, claramente, sua falta de visão para o ministério e sua falta de compromisso com Deus.” Você pensaria assim?
Penso que você pode medir sua profundidade espiritual avaliando as perguntas que seguem:
- Gostaria de ser membro de uma dessas igrejas da Macedônia?
- Você seria capaz de ofertar como aqueles irmãos ofertaram, ou veria esse ato como uma violação ao que você considera como seu?
- Se Deus produzisse as mesmas situações em sua vida, você se consideraria abençoado ou abandonado por Deus?
- Serias capaz de seguir caminhando com Jesus em meio à escuridão solitária, ou o seu andar está reservado somente para os dias ensolarados e transbordantes das bênçãos de Deus?
As perguntas mais penetrantes, dizem alguns, são aquelas que nunca responderíamos em voz alta, especialmente na frente de outros irmãos.
Um exemplo: “se essas igrejas da Macedônia se entregaram por completo ao Senhor, então, em troca, por que não haveria Deus de abençoá-las? Se ofertaram tanto a Deus, não estaria Ele obrigado a retribuir-lhes?” Ao estudar um pouco sobre a condição daqueles irmãos, poderíamos pensar que Deus se deleitava em tomar o pouco que tinham e, em contrapartida, não lhes dar nada. Em vez da vida se tornar mais fácil, o que se via era que a situação se agravava, enquanto caminhavam com o Senhor. Você estaria disposto?
As igrejas macedônicas já haviam formulado o seu ponto de vista sobre o dar a Deus e receber Dele, razão pela qual davam com tanta liberalidade, mesmo em meio a intensos sofrimentos. Paulo revelou o segredo de tal atitude em 2 Coríntios 8.5. Vamos ler juntos:
E não somente fizeram como nós esperávamos, mas também a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor e depois a nós, pela vontade de Deus.
Observe a frase: “a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor”. Novamente a ironia da verdadeira generosidade cristã se auto revela. Deus não quer e nem necessita do nosso dinheiro, antes, Ele quer a nós mesmos. Se Ele nos tem (nosso coração, nossa paixão, nossa motivação), o dinheiro não será um problema. Tampouco será o compromisso, o tempo, o sacrifício, as dificuldades, o sofrimento ou o andar por fé.
Quando alguém, primeiramente, oferta a si mesmo ao Senhor, os encantos do mundo se tornam cada vez menos atrativos e cada vez mais superficiais. Não apenas isso, mas quando um indivíduo se oferta ao Senhor, essa entrega transparece e se torna evidente a todos aqueles que estão ao seu redor. Desta forma, a oferta sacrificial aos outros, fica tão natural como o respirar.
Quando eles “a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor”, ficou demonstrado que tudo aquilo que o mundo se apega e valoriza, até mesmo o mundo cristão, foi substituído pelo desejo de conhecer a Cristo de um modo mais profundo. Deus abençoou e honrou esse desejo de conhecê-Lo e os resultados continuam por toda a eternidade.
Paulo compreendeu essa mentalidade e logo a usou para exortar aos filipenses em outras áreas de seu andar cristão. Enquanto escrevia a respeito da entrega dos macedônios ao Senhor, sua entrega pessoal era igual ou maior. Ele assim o demonstrou na coerência de seu andar com Cristo. Também abriu o seu coração aos filipenses (e a nós), e lhes permitiu conhecer a ternura de sua comunhão com Cristo e de que maneira nós podemos participar da mesma comunhão.
Por fim, uma pergunta: você está disposto a entregar-se total e verdadeiramente ao Senhor? Responda a você mesmo!
No amor de Cristo Jesus,
Pr. Natanael Gonçalves
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