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Maneiras incomuns 

Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo (Mateus 1:18). 

Noivo ou casado? 

Esse versículo e os seguintes podem confundir a muitos sobre o estado civil de José. O texto nos diz que Maria estava desposada com José e até aqui não há nenhum problema. No entanto, na frase que segue, Mateus afirma que eles não haviam tido nenhum relacionamento sexual. Ora, se estão casados por que ainda não tiveram um relacionamento íntimo? Bem, Mateus usa o termo “desposada” que significa prometida, e isto nos mostra que eles ainda não haviam se casado, mas que estavam “noivos”. Em nossa cultura, as pessoas facilmente poderiam fazer uma confusão, já que o próximo verso indica que José estava pensando em se divorciar dela e, em seguida, no verso 20, Maria é chamada de sua esposa. Para muitos há um ponto de interrogação nessa informação, mas para o povo judeu daquela época, fazia total sentido. 

Contrato nupcial 

Nos tempos de José e Maria, o casamento não era um evento, mas um processo. Primeiro havia um pacto entre os pais e isto correspondia a uma espécie de contrato nupcial. Seus pais escolheriam com quem você se casaria e assim sendo, você estaria vinculado àquela pessoa escolhida pelos seus pais. 

Sério compromisso 

A segunda etapa era o noivado e é sobre ela que lemos no versículo 18. O noivado, segundo alguns, durava um período de um ano e era um compromisso tão sério que o casal já se tratava como esposo e esposa. Esse compromisso não se dissolvia com facilidade, já que você não poderia apenas dizer: “não quero mais”. Por se tratar de algo muito sério, esse “noivado” somente poderia ser dissolvido pelo divórcio. Ainda que o casal estivesse unido moral e legalmente, eles não poderiam ter relações sexuais até que se casassem. O versículo 18 deixa bem claro que José e Maria não “coabitaram”. 

O Casamento 

A etapa final era o casamento que durava cerca de uma semana antes que o relacionamento fosse consumado. Daí para frente o casamento se efetivava com vistas a viverem juntos pelo resto da vida. 

A pulga atrás da orelha 

Deus introduziu uma gravidez na segunda etapa do processo de casamento entre José e Maria. Se ponha no lugar de José e não o critique apressadamente. Eles não se envolveram sexualmente, pois isto estava planejado acontecer somente no final da terceira e última etapa, isto é, após a celebração do casamento. José, o noivo, estava tentando fazer a coisa certa, mas Deus parecia fazer exatamente o contrário. Assim que descobriu a gravidez de Maria, pensativo e com uma pulga atrás da orelha, José adormeceu. O verso 19 é revelador: “Mas José, seu esposo, sendo justo e não a querendo infamar, resolveu deixá-la secretamente”. 

Conclusão 

Tudo indica que José era um judeu fiel, e, provavelmente, um estudante sério da lei. Ao considerar as opções para a presente situação, José poderia tomar a atitude de apedrejar Maria, porque a pena judaica por adultério era a morte. Ele poderia tê-la obrigado a admitir que o bebê não era dele e envergonhá-la. Mas, em vez disso, o versículo 19 nos mostra que José só queria rasgar o contrato e ir embora. No fundo, José queria mudar o canal de sua vida, mas Deus que estabelece todas as coisas, estava por assim dizendo: “Não toque nesse botão!” Naquela ocasião, José estava apenas aprendendo que Deus age de maneiras incomuns. Mas não apenas José, nós também devemos aprender, pois Ele não mudou e continua agindo assim nos dias de hoje. 

Em Cristo, o Senhor da glória 

Pr. Natanael Gonçalves