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Virtudes morais 

Muito bem, mestre, disse o homem. Estás certo ao dizeres que Deus é único e que não existe outro além dele.  Amá-lo de todo o coração, de todo o entendimento e de todas as forças, e amar ao próximo como a si mesmo é mais importante do que todos os sacrifícios e ofertas (Marcos 12.32-33). 

Os padrões morais podem diferir de uma cultura para outra, entretanto, o que se pode constatar é que toda cultura possui uma base do que é certo e do que é errado. Para os cristãos, os ensinamentos de Jesus que envolvem as virtudes morais estão centrados na estrutura sólida do amor. Quando se fala em amor, deve-se ter em conta que ele primeiramente flui verticalmente, isto é, para Deus; depois, horizontalmente para o próximo. 

O amor é a base. 

Se alguém proclama ser cristão, mas não ama o seu próximo, seguramente não ama a Deus (1 João 4:20). No entanto, aquele que verdadeiramente ama a Deus, certamente amará o seu próximo e, nesta caminhada, encontrará a lealdade, a honestidade, a generosidade, a bondade e a dignidade, isto é, tudo o que é bom e correto. Na história bíblica que comecei a relatar na publicação anterior (se você não leu, clique aqui), este fluxo de amor estava totalmente ausente na vida dos protagonistas daquele registro. 

Um resultado triste. 

O homem, um levita covarde, dorme durante toda a noite, enquanto a sua concubina é estuprada (Juízes 19). Ao romper da manhã, os abusadores de Gibeá deixam-na e, vindo a mulher, cai na porta da casa onde estava hospedada. Levantando-se pela manhã, o tal levita a encontra na varanda, mas ela está morta (Juízes 19.26-28). O homem fica irado, não por causa do abuso que ela sofreu, mas por causa da sua perda. A hospitalidade em relação a ele foi violada e a vingança deve ser levada a efeito. 

Com a finalidade de recrutar seus companheiros israelitas para sua causa, ele corta sua concubina morta em doze pedaços e os envia às tribos de Israel. Imagina se você recebesse uma caixa pelo correio e ao abri-la encontrasse uma cabeça ou um braço. Isso chocaria você? Bem, onze tribos de Israel receberam aquela encomenda e ficaram extremamente enfurecidas. Diante dessa situação, se comprometem a fazer justiça e ajuntam um exército de quatrocentos mil homens. Eles vão contra a cidade de Gibeá e exigem a execução daqueles criminosos, mas os benjamitas os defendem. Os benjamitas estão dispostos a lutar pelo que é errado, e milhares são mortos no conflito que se segue (leia Juízes 20). No final, as tribos de Israel dizimam os benjamitas, com exceção de seiscentos deles que escapam em fuga. 

Finalizando, a pergunta é: o que se destaca em meio a esse caos? Posso depreender que, quando a bondade de Deus não está em lugar algum, está ausente em todo lugar. Nessa história, você constata a ausência de amor, de respeito e de dignidade e, por isso, as virtudes morais não são percebidas em nenhum momento. Hoje, em nossos dias, por causa do limite imposto pela lei de cada país, dificilmente você veria um caso assim. Não obstante, o maior problema é o coração humano sem Deus. Ele até pode ser freado pela lei dos homens, mas o mal continua ali. Você pode imaginar a sua responsabilidade como cristão? 

Naquele que sonda os corações e tudo vê, 

Pr. Natanael Gonçalves