Os valores morais 

Eu entendo que uma pessoa não necessita ter um relacionamento com Deus para crer no que é bom, e nem tampouco que ela não possa construir bons valores sem Deus. Posso ainda inferir que ela também não precisa afirmar que Deus existe, para acreditar que a moralidade existe. A questão não é o fato, mas a base. O Senhor nos deu esse fundamento em Seus mandamentos. Veja o que o Salmo 119.160 nos diz: 

“A verdade é a essência da tua palavra, e todas as tuas justas ordenanças são eternas.” Em outras palavras poderíamos ler dessa maneira: “A tua palavra é a verdade, e cada uma das tuas justas regras duram para sempre.” 

Deus providenciou uma bússola moral em Sua Palavra e o que Ele nos diz, diz a todos, e o que Ele diz em dado momento, Ele diz para todo o tempo. Por outro lado, mesmo entendendo que o homem não pode, por si mesmo, produzir um conceito de valores elevado, ele não é totalmente desprovido de um. Isto significa que mesmo as pessoas mais perversas, possuem um sistema de valores inerentes a si mesmas, dado por Deus. 

Na publicação anterior, eu disse que ia recontar uma história que nos mostra o que acontece quando Deus não está envolvido em nossos conceitos de moralidade. Pois bem; em Juízes, capítulo 19, lemos a respeito de um levita, um membro do sacerdócio e um guardião da lei de Deus, que se conecta a um sistema de valores depravado. Pelo registro bíblico, vemos que ele não é um homem justo e o caso se desponta com a sua concubina. 

Esta mulher, segundo a versão Atualizada, aborreceu-se dele e o deixou, tornando-se à casa de seu pai e lá esteve por uns quatro meses. Outras versões afirmam que ela lhe foi infiel e há algumas especulações de que ela deixou o marido para fugir da sua ira. 

Quatro meses depois, o levita vai busca-la na casa de seu pai e, este, quando o vê, lhe dá boas vindas calorosas. Ele fica alguns dias com o sogro e depois empreende viagem seguindo até a cidade de nome Gibeá. O costume da época era alguém oferecer hospitalidade a quem estivesse sentado na praça da cidade e sem ter para onde ir. Contudo, ninguém se interessou por esse casal cansado. À noite, porém, um homem já idoso que era da região montanhosa de Efraim, os leva para sua casa. Eles se alojam com aquele senhor, comem, bebem e se alegram. 

É a partir daqui que a história adquire contornos horríveis. Alguns homens daquela cidade cercaram a casa e exigiram que dono lhes entregassem o levita, com a finalidade de abusarem sexualmente dele. O homem, tentando livrar o levita, lhes ofereceu a sua própria filha e a concubina do seu convidado, afirmando que eles fizessem com elas o que desejassem.  Os homens que cercavam a sua casa não quiseram ouvi-lo e, assim sendo, ele pegou a concubina do levita e a empurrou para fora. Aqueles homens abusaram dela a noite toda e só a deixaram ao nascer do sol, pela manhã. 

Esta cena é vil e repreensível e vou continuar com ela na próxima publicação. No entanto, eu pergunto: será que encontraríamos alguém que simpatizaria com os protagonistas desse registro bíblico? Um valor universal clama gritando: “Isso é completamente errado!” Se existe um padrão universal de certo e errado, então, alguém com autoridade universal o estabeleceu. O ser humano pode ter opinião e pretensão de poder, mas não tem influência universal. Somente Deus é que pode estabelecer esse conceito e, o homem sem Ele, faz apenas o que está certo em sua mente. Continuamos na próxima publicação. 

Em Cristo Jesus, o Senhor da glória, 

Pr. Natanael Goncalves